Meu primeiro carro: medos e conquistas de quem dirige sozinho

Um mês depois de ter sido aprovada no exame de condução e de obter minha habilitação provisória de direção por fim pude comprar meu primeiro auto. Durante as primeiras semanas que estive ao volante do meu primeiro carro sempre recorri a uma amiga ou um parente próximo para me acompanhar e dar um pouco mais segurança.

Porém, a história não podia seguir assim e um sábado, de manhã, eu saí pela primeira vez sozinha, sem instrutor e copiloto que me desse indicações ou advertências por cada erro que eu pudesse cometer pela falta de experiência.

Dessa vez, sozinha eu tive que lidar com seus próprios pensamentos e com um ou outro condutor que não suporta dividir a via com um aprendiz. E Começa a tarefa de manter a atenção ao volante e a tudo o que passa ao meu redor. A  minha cabeça é bombardeada por pensamentos de tudo o que aprendi no curso de direção somados a temas pendentes da casa, discussões do trabalho e planos do que vou fazer fazer a noite. Sejamos sinceros é praticamente impossível pensar em apenas uma coisa de cada vez!

Depois de ter percorrido um par de quarteirões, me sinto um pouco mais confiante e me atrevo a sair a uma via principal. Deus! Tarefa para os fortes entrar na vida real do trânsito de São Paulo. Uma bicicleta ao lado, um taxista do outro e não falta motoristas que me repreendem por eu não andar na mesma velocidade que eles.

Começo a pensar no preconceito que há em torno das mulheres no volante, porém antes que a luz vermelha passe para verde remoto minha confiança e ponho minha música preferida, essa tira da minha cabeça até mesmo pensamentos do meu ex. Luz verde, primeira, segunda e o carro não morreu!

Sorrio porque consegui, com calma, conduzir no trânsito sozinha pela primeira vez, sem deixar me levar pela pressão. Tenha a sensação de poder em minha mãos, abro os vidros e sinto o vento sobre meus cabelos…Uma pequena vitória sem espectadores, sem aplausos, mas cantando minha música favorita. E sigo em frente, sem medo!